Reportagem publicada no Jornal CORREIO REGIONAL no dia 20 de abril
Greve no Magistério estadual a
partir do dia 23
Em assembleia estadual, realizada
na última segunda-feira (17), a categoria do magistério público estadual
rejeitou, por unanimidade, a proposta do governo Estadual e decide por iniciar
a partir da próxima segunda-feira (23), uma nova greve do magistério
catarinense.
Cerca de quatro mil profissionais
da educação participaram da assembleia estadual, em Florianópolis. Todas as 30
regionais do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina
(Sinte/SC) estavam representadas no ato e por grande maioria, decidiu-se pela
greve a partir da próxima segunda-feira (23). A decisão foi tomada pelo não
cumprimento, por parte do governo, do acordo de greve assinado em 2011.
Para a coordenadora do Sinte/SC,
Alvete Bedin, a comissão espera que até segunda-feira haja uma nova reunião com
o governo e que uma outra proposta seja apresentada. O documento comunicando a
decisão da assembleia e pedindo novas negociações foi enviado logo após o ato,
ao secretário da educação, Eduardo Deschamps.
Na reunião do conselho na
segunda-feira as 30 regionais repassaram as decisões tomadas nas assembleias
regionais, sendo que quatro votaram em entrar em greve, caso a proposta do governo
não fosse a contento, quatro não queriam a paralisação e as demais decidiram
acatar a decisão da assembleia estadual, mesmo porque, segundo executiva,
esperavam uma proposta mais descente.
Para Marta Vanelli, secretária
geral da CNTE, a proposta do governo é um absurdo. “Vou utilizar o meu exemplo
para explicar a proposta do governo. Sou professora com 30 anos de magistério
completo, formação de nível superior em final de carreira, vencimento atual R$
1.930,19. Pela lei do piso tenho direito a receber 22,22% desde janeiro (deduzo
4% recebidos), onde passaria para R$ 2.281,87. O governo diz que não paga e apresenta
o programa de Revitalização da Carreira, apresentando um valor de R$ 2.111,82.
Vejam que bela revitalização, eu tenho de direito receber o vencimento de R$
2.281,87 a partir de janeiro, o governo se propõe a Revitalizar a Carreira e
vai chegar ao valor de R$ 2.111,82 em dezembro de 2013. E mais, em janeiro de
2013, pela lei do piso tenho direito a receber 21,5% de atualização. O governo
quer que engulamos esta proposta e não façamos greve?”, destaca Marta.
Conforme o coordenador do Sinte
Regional de Maravilha, Alvísio Ely, é lamentável que o governo não cumpriu com
o que ele assumiu na greve de 2011. “Além de enrolar as negociações por mais de
30 dias, fez uma proposta, no dia 16 de abril, que não corresponde mais uma vez
o compromisso assumido e, além disso, não cumpre a lei do piso na carreira,
fazendo um plano de cargos e salários totalmente fora de todos os padrões que a
categoria almejava, ou seja, a proposta é totalmente aleatória, sem critérios”,
salienta.
Conforme o governo, o piso está
sendo pago e ele só negocia com a categoria que não estiver em greve. Para a conselheira
do Sinte Regional de Maravilha, Marlise Konig, é necessária a construção do
movimento. “Embora a categoria não quisesse a greve, não nos sobrou outra
alternativa e agora é necessário que construamos o movimento grevista, para
podermos avançar nas negociações”, encerra.
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